domingo, 25 de março de 2012

Permita-se!

Por Viviane Saraiva


A correria e o estresse do dia a dia nos tornam cada vez mais intolerantes, indiferentes e propícios a atitudes que prejudicam o nosso relacionamento em âmbito profissional, pessoal, social e nas ocasiões onde precisamos ter uma postura um pouco mais flexível e/ou manter o bom humor.


Este comportamento é comum e faz com que deixemos de observar pequenos detalhes que a vida nos mostra a todo momento. Outro dia estava no metrô em São Paulo e fiquei observando as pessoas. Vi que a maioria delas estava distraída com o celular, com um fone de ouvido, um livro ou um tablet. Elas não se olhavam, não se cumprimentavam, não se importavam com a senhora que estava de pé com a bengala na mão, tampouco com a criança que sorria para todos no colo da mãe e não era correspondida.


É preocupante perceber como o ser humano se torna cada dia mais frio e indiferente diante da vida. Acredito que a correria do dia a dia, o avanço da tecnologia e seu acesso cada dia mais fácil contribuem para que isso fique ainda mais evidente nas grandes metrópoles mundiais. Porém, isso ainda tem solução e cada um pode fazer a sua parte nos ambientes em que convive.


Precisamos resgatar a nossa sensibilidade humana, nos importar mais com o próximo e fazer o possível para vivermos de bem com a vida e com a sociedade. Vamos parar de pensar que o problema dos outros é só “dos outros” e tentar colaborar. Eu tenho um lema para designar o que se pode fazer para ser feliz e ter um bom relacionamento pessoal e interpessoal, este lema é: Permita-se!


Permita-se conhecer as pessoas antes de ter o seu conceito sobre elas. Permita-se fazer a diferença na sua vida e na vida de alguém. Permita-se sorrir e chorar. Permita-se amar e ser amado. Permita-se dançar. Permita-se enxergar o que acontece ao seu redor. Permita-se ajudar e ser ajudado. Permita-se apaixonar-se. Permita-se ser amigo e ter amigos. Permita-se viver...Permita-se! A vida é curta demais para vivê-la friamente.


Qual é a sua, destino?

Por Viviane Saraiva


Eu teria tudo para estar feliz hoje e estou, mas não completamente. Sinto que falta alguma coisa e sei o que é, mas não sou capaz de mudar isso. O meu destino sempre me empurrou para onde ele quis. Poucas foram as vezes que eu tive opção de escolha na minha vida. Uma delas foi a faculdade. Eu fiz o que eu quis e não me arrependo, mas não sei se foi a escolha certa. Baseada no que o meu destino prepara para mim todas as vezes que eu penso em mudar completamente a minha vida profissional, eu diria que não. Quando estou determinada a encontrar algo na área que decidi estudar, vem o destino e me empurra. Eu sinto aos mãos dele nas minhas costas me forçando a ir por onde ele acha correto, embora eu lute contra e tente me soltar daquelas mãos, acabo cedendo.


Tudo acontece muito rápido. Tão rápido que eu não tenho tempo de pensar. Simplesmente aceito e sigo em frente. Não vejo alternativas. O outro lado não me ajuda, não colabora para que eu ignore o tal de destino e siga o meu coração e a minha vocação. Preciso trabalhar e vou, mesmo não sendo o que eu sempre sonhei para mim. Me sinto fraca perante a força deste que insiste em me levar para onde ele acha que é conveniente. Preciso de socorro. Preciso de alguém que me ajude a empurrar o destino e impor a minha própria vontade, porque sozinha está difícil. Porém, não encontro quem faça isso por mim. Promessas já ouvi muitas, mas promessas não nos levam a nada. Preciso de ação, disposição. De mangas arregaçadas.


Não, não pensem que estou triste com isso. O destino não é tão mau assim comigo. Todas as vezes em que ele me empurrou, me deu presentes em troca. Amigos inesquecíveis, conhecimento e experiências que levarei por toda a minha vida. Não sou tão ingrata a ponto de não reconhecer isso e sei que dessa vez não será diferente. E é isso que me deixa feliz. Quero deixar claro que não desisti ainda do meu sonho, por mais adverso que ele possa parecer. Acredito que a minha hora vai chegar. Vou jogar contra o destino num tabuleiro de xadrez e finalmente dizer a ele: Xeque-mate, baby! Pode acreditar!